A arte de transformar dados (muitas vezes inúteis) em informação

Com tamanha abundância de dados, a capacidade de discernir e aproveitar informação relevante é uma vantagem competitiva essencial às empresas. Extrair o melhor do volume, da velocidade e da variedade de dados, pode significar novas oportunidades de receita e até a formação de áreas de atuação.

Um dos primeiros exemplos de dados qualificados foi o surto de cólera em Londres no verão de 1854, quando mais de 600 pessoas morreram na primeira semana. Um homem chamado Dr. John Snow apresentou um mapa que mostrava os primeiros casos de morte por cólera e os resultados ficaram claros imediatamente: quase todas essas mortes se concentravam ao redor de um poço de água. Este exemplo simples do uso eficaz de dados salvou vidas e ajudou o Dr. Snow a descobrir que a cólera era transmitida por água contaminada.

Empresas que já utilizam Business Intelligence e Big Data como processos centrais têm total ciência sobre o valor do acesso à informação crível e em tempo real. Porém, grande parte das empresas não está preparada para fazer o melhor uso do Big Data, uma vez que a falta de colaboradores qualificados para analisar os dados ainda é um grande problema. Para obter as informações relevantes, especialistas analíticos precisam extrair os dados e fazer correlações a ponto de permitir à companhia desenvolver produtos voltados ao público target, tornar os processos mais eficientes e até mesmo descobrir novas fontes de receita.

A demanda por cientistas de dados só cresce. De acordo com um ranking das melhores e piores profissões do site americano CarreerCast.com, as profissões envolvendo matemática ocupam parte das primeiras posições da lista de melhores carreiras para 2016, e a de cientista de dados está entre os primeiros lugares, com um salário anual acima de 124 mil dólares. No entanto, não basta apenas contratar analíticos, eles precisam ter um bom entendimento digital e saber como os números se aplicam às estratégias de negócios.

Embora o uso dos dados ainda esteja longe do ideal, o armazenamento não para de aumentar e as empresas estão guardando dados sem qualquer prioridade e sem observar o que vale a pena manter.

Mesmo que o custo do armazenamento esteja caindo – não é zero. O enorme volume de dados aumenta rapidamente, enquanto ainda é preciso arcar com os custos de funcionários, infraestrutura e manutenção. Esse volume também poderia desviar a atenção dos analistas para dados inúteis, quando a atenção deles seria melhor aplicada enfocando pontos relevantes.

O excesso de informações inúteis e o baixo índice de informações qualificadas e estratégicas compõem a realidade. Sem elas, porém, as empresas ficam sem as decisões necessárias para criar uma estratégia de longo prazo, bem como para lidar com problemas no curto prazo.

Imagine uma fábrica. Pense nos dados como a matéria-prima e suas informações como os produtos. Para obter um bom produto, você precisa da matéria-prima certa. E qualquer empresa precisa ser capaz de desenvolver produtos e de colocá-los no mercado rapidamente.

O que está claro é que uma empresa bem-sucedida depende cada vez mais de uma base de informações sólida, confiável, relevante e estratégica – disponível na hora certa às pessoas certas.

*Wagner Tadeu é general manager da Pure Storage no Brasil.

Fonte: Computerworld

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